A Dúvida Metódica
Como diria Descartes, em toda a dúvida existe algo de que não podemos duvidar: a própria dúvida. Assim, por que razão não nos assiste o direito de duvidar que a bola entrou, se nem as sofisticadas tecnologias a lazer nos dão certezas? No "Discurso sobre o método" o filósofo estrutura o seu método em quatro regras: 1) nunca aceitar como verdade senão aquilo que vemos clara e distintamente como tal ; 2) decompor cada problema em partes mais pequenas; 3) ir do mais simples para o mais complexo; 4) rever todo o processo para nos certificarmos se não ocorreu nenhuma falha.
Dia após dia, ficamos sem dúvidas sobre as certezas de toda (quase) a comunicação social que 1) viu clara e distintamente a bola dentro da baliza, pois 2) decompôs frame a frame a trajectória do esférico, após 3) ter partido de um simples olhar para o raio lazer e 4) ter revisto todas as imagens de todas as câmaras de TV . Cumpridos estes preceitos, em apenas alguns minutos a dúvida foi desfeita: FOI GOLO. Ainda bem. Pobres de nós se ficávamos com dúvidas sobre as certezas da comunicação social...
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