Ainda a morte de Álvaro Cunhal
Foi ídolo, ícone, herói e vilão. Como todos os homens que se destacam da mediania. Para além de um homem de ideologia foi, sobretudo, um mestre na estratégia política. Urbano Tavares Rodrigues disse que Cunhal lhe confidenciou que o caminho seguido pelos dirigentes soviéticos se afastou dos verdadeiros ideais comunistas. Só que o reconhecimento público deste facto era, segundo Cunhal, dar trunfos ao inimigo(leia-se E.U.A). Decididamente, a sua estratégia após o 25 de Abril esteve próxima de levar ao confronto armado entre portugueses, algo que já não sucedia desde as lutas liberais. Mas como dizia Francisco José Viegas, a melhor maneira de o homenagear depois da morte é dizer que continuamos a discordar dele como em vida.
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