Cântico Negro
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
(...)
José Régio
2 Comments:
At 6:18 da tarde,
MJ said…
Boa tarde, doce Alquimista :-)
"...Eu tenho a minha Loucura !"
E que jeito me vai dar para pedir a aposentação antecipadamente :-)
(Perdoa-me o "comentário" mas não resisti... :-)
Beijo pré-natalício*
At 9:33 da tarde,
alquimista said…
Olá MJ:
Realmente, com todas estas investidas
dirigidas à classe, quem é que não fica...
Um beijo sadio... por enquanto !
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