Uma questão de (má) Educação
Fazendo um esforço, pequeno, para não parecer corporativista, os recentes desenvolvimentos relativos à greve, e não só, de professores, merecem-me as seguinres reflexões:
1. O direito à greve existe.
2. Não era expectável uma greve da classe durante as férias... como não se espera que os guarda-nocturnos a façam de dia ou os merceeiros durante a noite.
3. É fácil de compreender que uma greve só produz efeito, mediático ou laboral, se perturbar o quotidiano.
4. É fácil de compreender que a intenção nunca seria de prejudicar os alunos, mas sim de chamar a atenção da opinião pública e do Governo.
5. É fácil de compreender que haja indignação quando directores de turma que passam horas e horas tentando resolver problemas extra-escolares de alunos toxicodependentes, filhos de prustitutas, de pai incógnito ou a cumprir pena na cadeia, de alunas de 14 anos que ficam grávidas ou que não têm tempo para estudar porque quando chegam a casa têm de tomar conta dos outros cinco irmãos mais novos, ou que se levantam às cinco da manhã para ir dar de comer aos animais antes de ir para a Escola, é fácil de compreender que esses professores se revoltem quando na prática este trabalho passa a ser desvalorizado.
6. É fácil de entender que apenas a discussão de um destes problemas possa reunir durante toda uma tarde, cinco e mais horas, um grupo de vinte ou mais professores. Isto, várias vezes ao longo do ano...
7. É dificil de entender a falta de sensibilidade do Governo para estes assuntos.
8. É difícil de entender que uma antiga paixão se tenha transformado numa persecutória obcecação.
9. É difícil de entender a primazia dos critérios economicistas relativamente aos pedagógicos.
10. É FÁCIL DE ENTENDER QUE SE TENHA O APOIO FÁCIL E DESCONHECEDOR DA MAIORIA DA POPULAÇÃO. QUASE TODOS OS PROFESSORES SÃO PAIS, MAS MUITO POUCOS PAIS SÃO PROFESSORES!
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