(...) No alto do morro da Sé, onde oitocentos e trinta anos antes D. Teresa, vinda de Guimarães, tinha entregue ao bispo D. Hugo a carta de doação de todos os direitos sobre este antiquíssimo e granítico Porto, a minha mãe Celeste, vinda do Marco de Canavezes, entregava ao meu pai António este único infante a que viria a dar o mesmo nome, depois de ter entrado pelo número dezanove da Travessa de Cimo de Vila no Hospital de Nossa Senhora do Terço e Caridade, o qual havia sido, também ele, doado à Irmandade do Terço em mil setecentos e cinquenta e nove por dois piedosos irmãos de apelido Viterbo de Souza, em honra da Virgem Maria e Socorro dos Pobres Enfermos. Era aquela uma rua estreita e íngreme, de casas altas e beirais salientes, quase só com tabernas escuras, casas de pasto e de pernoita. Numa destas casas vivera Camilo em uma das suas inúmeras passagens pelo Porto, durante a qual escreveu “Horas de Paz”.(...)
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