OS MEUS CRAVOS DE ABRIL ...
A MÚSICA
O POEMA

As portas que Abril abriu
Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.
Onde entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo se debruçava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.
Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha a raiz
tinha o fruto arrecadado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
onde suava o ceifeiro
que dormia com o gado
onde tossia o mineiro
em Aljustrel ajustado
onde morria primeiro
quem nascia desgraçado.
(...)
2 Comments:
At 5:42 da tarde,
MJ said…
Boa tarde, doce Alquimista :-)
Que bem escrevia este homem! Que saudades... :-(
As canções que ficaram eternamente ligadas a este movimento de libertação também são magníficas.
Será que estou a ficar nostálgica? Se calhar... :-(
Beijo encarnado*
At 12:35 da manhã,
alquimista said…
Olá MJ:
Bem, se estás a ficar nostálgica, já somos dois... :(
Mas não percas a esperança. Todos os anos há um Abril... e todos os dias um cravo no coração.
Um beijo cravado :)
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