Feira de Artesanato - Vila do Conde
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
MANUEL ALEGRE
4 Comments:
At 9:26 da manhã, Helena Velho said…
Não sei porquê mas gosto muito de anotar coisas importantes escrevendo nas mãos. Não!
não é por falta de papel...é pela sensação que os escritos são mais vivos..
Qualquer dia não tenho mãos para tanta escrita.
Bom dia para o Alquimista mais poético deste Reino à beira-mar plantado.
At 11:03 da manhã, Anónimo said…
Mãos
As tuas
Que me acariciam o pescoço
Que me aquecem
Mãos que me seguram na cintura
Me cercam
Me fazem tua
Mãos que desenham as ondas do meu corpo
Que me enlouquecem
Mãos que se unem
As minhas e as tuas
Elos de uma história
A minha, a tua
A nossa
PS:Não é dedicado ao Grande Alquimista...mas sim a um aprendiz que também ainda não descobriu a Pedra Filosofal...
At 12:14 da tarde, Anónimo said…
Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.
At 4:27 da tarde, alquimista said…
Maria:
Isso de escrever nas mãos é uma grande porcaria.:))
A não ser que cumprimente toda a gente de beijo ou de abraço :))
Por mim, até nem me importava :)))
al-khemy:
Pois é, estatuto de GRANDE ALQUIMISTA não é para todos...:))
Fernando Pessoa:
"(...)
Deixem-me crer
O que um dia poderei ser"
Embora dissonante com todo o resto, fica mais "arejado"
Voltem sempre
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