O alquimista

NEM TRANSMUTAÇÃO DE METAIS NEM ELIXIR DA LONGA VIDA - A PEDRA FILOSOFAL AO PODER

sábado, setembro 29, 2007


A noite desce...

Como pálpebras roxas que tombassem
Sobre uns olhos cansados, carinhosas
A noite desce... Ah! doces mãos piedosas
Que os meus olhos tristíssimos fechassem

Assim mãos de bondade me embalassem!
Assim me adormecessem, caridosas,
E em braçadas de lírios e mimosas,
No crepúsculo que desce me enterrassem!

A noite em sombra e fumo se desfaz...
Perfume de baunilha ou de lilás,
A noite põe-me embriagada, louca!

E a noite vai descendo, muda e calma...
Meu doce Amor, tu beijas a minh’alma
Beijando nesta hora a minha boca!

Florbela Espanca

1 Comments:

  • At 5:22 da tarde, Blogger MJ said…

    Doce Alquimista :-)

    Poema lindíssimo de uma escritora que eu amo... Todo ternura e sensualidade...
    Há momentos assim... em que um simples carinho nos enleva, nos lava a alma e nos enxuga as lágrimas que teimam em desvendar o que nos vai no coração.

    Um beijo cheio de carinho*

     

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