quarta-feira, dezembro 31, 2008
quarta-feira, dezembro 24, 2008
domingo, dezembro 14, 2008
O 5º PODER

Se essa página ímpar tem o número 1, então já estamos a ver a sua importância. As notícias nela inseridas são aquelas que toda gente lê sem ter de comprar o jornal. Se foi colocada no topo da página, então... estamos conversados.
Vem isto a propósito da primeira página que aqui deixo do JN de ontem. Faz-me lembrar aquela subtil confusão entre "opinião pública" e "opinião publicada" a que nem todos estamos imunes.
A política não são apenas os debates no Parlamento, nem as faltas de deputados da oposição ( a troco de quê?... ) que inviabilizam a aprovação da suspensão do modelo de avaliação de professores. Política é isto, também, principalmente isto. Porque confunde, porque desinforma. É também contra esta estratégia que a classe docente tem de lutar, com armas desiguais.
Remetidos para a notícia das páginas interiores, verificamos que não existe qualquer relação com o título da primeira página. Talvez por isso ela se inicie numa página par...
Mas isto são apenas opiniões maquiavélicas de um professor que não quer ser avaliado, diria uma certa senhora de aspecto igualmente florentino, mestre na alquimia das palavras.
quinta-feira, dezembro 11, 2008
100 ANOS

Controverso, com uma vasta obra de abordagem nem sempre pacífica por parte de um público viciado nos estereótipos anglo-saxónicos, Manoel de Oliveira faz hoje cem anos.
Sobre a acusação de que os seus filmes não atraem o grande público, responde: "Públicos são os urinóis ou os candeeiros das ruas." Ou seja, os filmes de Oliveira são singulares, dirigidos a cada um de nós.
Diz que só descansa quando está a filmar. É isso que vai fazer hoje com Singularidades de uma Rapariga Loura.
A Câmara Municipal do Porto, por decisão do actual presidente Rui Rio pretendia atribuir-lhe as chaves da cidade. Manoel de Oliveira recusou, dizendo: "Agora que o meu nome está exaltado, todos querem entrar no bolo. Trata-se de um aproveitamento político indecente."
Sobre a acusação de que os seus filmes não atraem o grande público, responde: "Públicos são os urinóis ou os candeeiros das ruas." Ou seja, os filmes de Oliveira são singulares, dirigidos a cada um de nós.
Diz que só descansa quando está a filmar. É isso que vai fazer hoje com Singularidades de uma Rapariga Loura.
A Câmara Municipal do Porto, por decisão do actual presidente Rui Rio pretendia atribuir-lhe as chaves da cidade. Manoel de Oliveira recusou, dizendo: "Agora que o meu nome está exaltado, todos querem entrar no bolo. Trata-se de um aproveitamento político indecente."
A Casa do Cinema Manoel de Oliveira, construída há dez anos para habitação do cineasta e onde seria colocado todo o seu acervo continua desabitada, em progressiva degradação e sem resolução à vista para o diferendo. E depois dizem que os seus filmes é que são lentos...
quarta-feira, dezembro 03, 2008
segunda-feira, dezembro 01, 2008
110 ANOS DEPOIS...

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas eu não me importei com isso
Também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram um desempregado
Mas como tenho emprego
Também não me importei
Agora estão a levar-me
Mas já é tarde
Como não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo…
Bertold Brecht