quarta-feira, janeiro 31, 2007
segunda-feira, janeiro 29, 2007
domingo, janeiro 28, 2007

Era um dos mais populares do Porto, pelas duas grandes SEREIAS graníticas que ladeiam a porta principal ( a que a população chamava As Mamudas), construído na transição do século XVII para o século XVIII. Situa-se em MIRAGAIA, de frente para o Rio Douro.
Ninguém jamais ouviu um canto igual
ao canto que te canto
escuta: as ondas e os ventos se calaram e a noite e o mar
só ouvem minha voz - a noite e o mar e tu
marinheiro do mar de rosas verdes:
Todas as deusas se entregam
ao amante que um dia possuiu uma deusa
e então todas as fêmeas dos homens
Helenas, Briseidas e a Penélope tua
hão de implorar às Musas - e as Musas a Eros e Afrodite
a volúpia de uma noite contigo.
Mas vem e vem dormir comigo
e comigo
e minhas irmãs e todas
as sereias do mar
as sereias da terra
e as sereias dos céus.
GERARDO MELLO MOURÃO
sábado, janeiro 27, 2007
ASSALTO

Estarão ao serviço de forças acima de qualquer suspeita, não usando apitos de qualquer cor, não comendo torradas ao pequeno almoço nem viajando de avião.
Como tal, não estarão sujeitos a perseguições, prevendo-se, inclusivé, a sua contratação para novos assaltos!
ANTES E DEPOIS
CAFÉ GUARANY (Av. dos Aliados)
"Ide, damas do Porto, ide ao passeio, / Ao teatro, ao café, ao jogo, à dança"
PAULINO CABRAL DE VASCONCELOS
(Em 1786, que, como Abade de Jazente - poeta, satírico e galanteador de damas - passaria à história. O abade gozava a vida, escrevia sonetos e frequentava as festas dos salões portuenses onde o café, a bebida exótica e cara que era, faria decerto as delícias de muitas festas).
sexta-feira, janeiro 26, 2007
quinta-feira, janeiro 25, 2007
quarta-feira, janeiro 24, 2007

(...) No alto do morro da Sé, onde oitocentos e trinta anos antes D. Teresa, vinda de Guimarães, tinha entregue ao bispo D. Hugo a carta de doação de todos os direitos sobre este antiquíssimo e granítico Porto, a minha mãe Celeste, vinda do Marco de Canavezes, entregava ao meu pai António este único infante a que viria a dar o mesmo nome, depois de ter entrado pelo número dezanove da Travessa de Cimo de Vila no Hospital de Nossa Senhora do Terço e Caridade, o qual havia sido, também ele, doado à Irmandade do Terço em mil setecentos e cinquenta e nove por dois piedosos irmãos de apelido Viterbo de Souza, em honra da Virgem Maria e Socorro dos Pobres Enfermos. Era aquela uma rua estreita e íngreme, de casas altas e beirais salientes, quase só com tabernas escuras, casas de pasto e de pernoita. Numa destas casas vivera Camilo em uma das suas inúmeras passagens pelo Porto, durante a qual escreveu “Horas de Paz”.(...)

(...) De pêlo na venta poderia ser qualificada já que assumia na íntegra, como vimos, os processos pedagógicos vigentes na época, que, para além daquele acima exemplificado, contemplavam, ainda, o uso da régua de que servia não só para lhe ajudar a endireitar as linhas curvas como para nos fazer andar aos esses que é esta a letra que geralmente invocamos quando queremos dizer que estamos atrapalhados. Recordo-me ainda hoje desse pedaço de madeira, certamente extraído do acapu, da itaúba ou do jacarandá, todas elas árvores ancestrais com enorme resistência mecânica, que colocava não raras vezes à prova a nossa infantil resistência. Lembro-me de lhe ver em ambos os lados umas manchas avermelhadas, provavelmente veios da madeira vistos a esta distância, mas que ao perto me faziam pensar em resíduos de sangue proveniente das suas vítimas, deixados ali propositadamente para nossa inquietação. Repousava invariavelmente no topo da secretária, fora das horas de serviço. Certo dia, o Abreu, de lugar cativo na quarta fila com vistas para o corredor, chamado ao mapa para apontar os afluentes do Douro, hesitava entre o esticar do indicador direito directo às minúsculas linhas azuis cujo nome procurava a custo decifrar ou proteger com a mão as pernas já de si vermelhas das reguadas da D. Matilde cada vez que metia o pé na água. Noutro, o Dias, vizinho do lado do Abreu, dançava ao ritmo da régua sempre que descarrilava em cada apeadeiro da Linha do Tua ou se perdia nas encostas abruptas da Cordilheira Central. (...)
terça-feira, janeiro 23, 2007
segunda-feira, janeiro 22, 2007
GRANDES PORTUGUESES
Já se deram ao trabalho de ver quais são os 3 primeiros ... VIVOS ?
Eu dou uma ajuda:
1º Mário Soares ...
Eu dou uma ajuda:
1º Mário Soares ...
domingo, janeiro 21, 2007
sábado, janeiro 20, 2007
sexta-feira, janeiro 19, 2007
EM NOME DA CRISE

Apesar de ter apenas 50 anos, Vasco Franco, nº2 da Câmara Municipal de Lisboa nas presidências de Jorge Sampaio e João Soares, já está reformado com 3035 euros mensais. As suas habilitações são o antigo Curso Geral do Comércio, equivalente ao actual 9º ano. Depois disso foi convidado para administrador da SANEST com um ordenado líquido de 4000 euros mensais. Trata-se uma sociedade de capitais públicos comparticipada pelas Câmaras de Amadora, Cascais, Oeiras e Sintra
O convite partiu do presidente da Câmara da Amadora, Joaquim Raposo, marido da ex-secretária de Vasco Franco na C.M.L....
domingo, janeiro 14, 2007
O ESTUDANTE ALSACIANO
Este poema veio ao meu encontro andava eu no 2º ano do Liceu (hoje 6º) pelas mãos de uma professora de Português que nos foi dar uma aula de substituição (onde é que eu já ouvi isto?).
Reencontrei-o hoje, por acaso, e convosco gostaria de o partilhar.
Se descontarmos algumas referências duvidosas de carácter pedagógico consensuais nesta época da Segunda Guerra Mundial, penso que continua muito actual, se nos dermos ao trabalho (rudimentar) de encontrar substitutos para germânicos e gauleses.
Antigamente, a escola era risonha e franca.
Do velho professor as cãs, a barba branca,
Infundiam respeito, impunham simpatia,
Modelando as feições do velho, que sorria
E era como criança em meio das crianças.
Como ao pombal correndo em bando as pombas mansas,
Corriam para a escola; e nem sequer assomo
De aversão ou desgosto, ao ir para ali como
Quem vai para uma festa. Ao começar o estudo,
Eles, sem um pesar, abandonavam tudo,
E submissos, joviais, nos bancos em fileiras,
Iam todos sentar-se em frente das carteiras,
Atenta, gravemente — uns pequeninos sábios.
Uma frase a animar aquele bando imbele,
Ia ensinando a este, ia emendando àquele,
De manso, com carinho e paternal amor.
Por fim, tudo mudou. Agora o professor,
Um grave pedagogo, é austero e conciso;
Nunca os lábios lhe abriu a sombra d’um sorriso
E aos pequenos mudou em calabouço a escola
Pobres aves, sem dó metidas na gaiola!
Lá dentro, hoje, o francês é língua morta e muda:
Unicamente o alemão ali se fala e estuda,
São alemães o mestre, os livros e a lição;
A Alsácia é alemã; o povo é alemão.
Como na própria pátria é triste ser proscrito!
Frequentava também a escola um rapazito
De severo perfil, enérgico, expressivo,
Pálido, magro, o olhar inteligente e vivo
— Mas de intima tristeza aquele olhar velado
Modesto no trajar, de luto carregado...
— Pela pátria talvez! — Doze anos só teria.
O mestre, d’uma vez, chamou-o à geografia:
— "Dize-me cá, rapaz... Que é isso? estás de luto?
Quem te morreu?"
— "Meu pai, no último reduto,
Em defesa da pátria!"
— "Ah! sim, bem sei, adiante...
Tu tens assim um ar de ser bom estudante.
Quais são as principais nações da Europa? Vá!"
— "As principais nações são... a França..."
— "Hein? que é lá?...
Com que então, a primeira a França! Bom começo!
De todas as nações, pateta, que eu conheço,
Aquela que mais vale, a que domina o mundo,
Nas grandes concepções e no saber profundo,
Em riqueza e esplendor, nas letras e nas artes,
Que leva o seu domínio ás mais remotas partes,
A mais nobre na paz, a mais forte na guerra,
D’onde irradia a ciencia a iluminar a terra,
A maior, a mais bela, a que das mais desdenha,
Fica-o sabendo tu, rapaz, é a Alemanha!"
Ele sorriu com ar desprezador e altivo,
A cabeça agitou n’um gesto negativo,
E tornou com voz firme:
— "A França é a primeira!"
O mestre, furioso, ergue-se da cadeira,
Bate o pé, e uma praga enérgica lhe escapa.
— "Sabes onde está a França? Aponta-m’a no mapa!"
O aluno ergue-se então, os olhos fulgurantes,
O rosto afogueado; e enquanto os estudantes
Olham cheios de assombro aquele destemido,
Ante o mestre, nervoso, audaz e comovido,
Tímido feito herói, pigmeu tornado atleta,
Desaperta, febril, a sua blusa preta,
E batendo no peito, impávida, a criança
Exclama:
— "É aqui dentro! aqui é que está a França!"
Acácio Antunes
Reencontrei-o hoje, por acaso, e convosco gostaria de o partilhar.
Se descontarmos algumas referências duvidosas de carácter pedagógico consensuais nesta época da Segunda Guerra Mundial, penso que continua muito actual, se nos dermos ao trabalho (rudimentar) de encontrar substitutos para germânicos e gauleses.
Antigamente, a escola era risonha e franca.
Do velho professor as cãs, a barba branca,
Infundiam respeito, impunham simpatia,
Modelando as feições do velho, que sorria
E era como criança em meio das crianças.
Como ao pombal correndo em bando as pombas mansas,
Corriam para a escola; e nem sequer assomo
De aversão ou desgosto, ao ir para ali como
Quem vai para uma festa. Ao começar o estudo,
Eles, sem um pesar, abandonavam tudo,
E submissos, joviais, nos bancos em fileiras,
Iam todos sentar-se em frente das carteiras,
Atenta, gravemente — uns pequeninos sábios.
Uma frase a animar aquele bando imbele,
Ia ensinando a este, ia emendando àquele,
De manso, com carinho e paternal amor.
Por fim, tudo mudou. Agora o professor,
Um grave pedagogo, é austero e conciso;
Nunca os lábios lhe abriu a sombra d’um sorriso
E aos pequenos mudou em calabouço a escola
Pobres aves, sem dó metidas na gaiola!
Lá dentro, hoje, o francês é língua morta e muda:
Unicamente o alemão ali se fala e estuda,
São alemães o mestre, os livros e a lição;
A Alsácia é alemã; o povo é alemão.
Como na própria pátria é triste ser proscrito!
Frequentava também a escola um rapazito
De severo perfil, enérgico, expressivo,
Pálido, magro, o olhar inteligente e vivo
— Mas de intima tristeza aquele olhar velado
Modesto no trajar, de luto carregado...
— Pela pátria talvez! — Doze anos só teria.
O mestre, d’uma vez, chamou-o à geografia:
— "Dize-me cá, rapaz... Que é isso? estás de luto?
Quem te morreu?"
— "Meu pai, no último reduto,
Em defesa da pátria!"
— "Ah! sim, bem sei, adiante...
Tu tens assim um ar de ser bom estudante.
Quais são as principais nações da Europa? Vá!"
— "As principais nações são... a França..."
— "Hein? que é lá?...
Com que então, a primeira a França! Bom começo!
De todas as nações, pateta, que eu conheço,
Aquela que mais vale, a que domina o mundo,
Nas grandes concepções e no saber profundo,
Em riqueza e esplendor, nas letras e nas artes,
Que leva o seu domínio ás mais remotas partes,
A mais nobre na paz, a mais forte na guerra,
D’onde irradia a ciencia a iluminar a terra,
A maior, a mais bela, a que das mais desdenha,
Fica-o sabendo tu, rapaz, é a Alemanha!"
Ele sorriu com ar desprezador e altivo,
A cabeça agitou n’um gesto negativo,
E tornou com voz firme:
— "A França é a primeira!"
O mestre, furioso, ergue-se da cadeira,
Bate o pé, e uma praga enérgica lhe escapa.
— "Sabes onde está a França? Aponta-m’a no mapa!"
O aluno ergue-se então, os olhos fulgurantes,
O rosto afogueado; e enquanto os estudantes
Olham cheios de assombro aquele destemido,
Ante o mestre, nervoso, audaz e comovido,
Tímido feito herói, pigmeu tornado atleta,
Desaperta, febril, a sua blusa preta,
E batendo no peito, impávida, a criança
Exclama:
— "É aqui dentro! aqui é que está a França!"
Acácio Antunes
sexta-feira, janeiro 12, 2007
EM NOME DA CRISE
Vou dar início, hoje, a uma rubrica que divulgará vários acontecimentos da nossa vida pública nos mais diversos campos de actividade.
Serão exemplos acabados do xico-espertismo nacional, que, aliado ao nosso institucionalizado porreirismo, garantirá aos seus agentes uma existência desafogada e desprovida das reles preocupações do comum cidadão.
Para todos aqueles que por aqui passarem peço a vossa especial compreensão e solidariedade.
A 422,00 POR MINUTO
Os CTT pagaram 19.000 Euros a LUIS FELIPE SCOLARI por uma palestra de 45 minutos que teve como tema "Como fortalecer o espírito de grupo"
A intervenção do seleccionador nacional, ao que apurou o Correio da Manhã, foi fortememte aplaudida pelas mais de 3500 pessoas que o ouviram no dia 14/01/2005 no Pavilhão Atlântico em Lisboa durante o "Encontro de Quadros" e "Encontros de Gestão Global" dos CORREIOS DE PORTUGAL.
De acordo com o jornal, o relatório da Inspecção Geral das Obras Públicas revela vários gastos exagerados na gestão dos CTT em 2005 e aponta a "falta de contenção de uma empresa que gere dinheiros públicos".
quinta-feira, janeiro 11, 2007
MENTES BRILHANTES
PAIS CLEMENTE, Otorrinolaringologista da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto foi o único Português seleccionado como "cérebro" nos E.U.A., e, como tal, com direito a fazer parte do Livro das Mentes Brilhantes do Século XXI .
RUI COSTA, jogador do Benfica, comentando a derrota do F.C.P. com o Atlético F.C. disse (Jornal da Tarde 09/01/2007) que "o que aconteceu ao Porto pode, muito mais facilmente, acontecer ao Benfica"!!!. Lapsus linguae ou noção da realidade ???
quarta-feira, janeiro 10, 2007
terça-feira, janeiro 09, 2007
SÓ ATÉ DOMINGO

Desci à capital para ver o exposição de AMADEO de SOUZA-CARDOSO na Gulbenkian.
Imperdível. O que teria sido se não tivesse morrido aos 31 anos. O primeiro entre os primeiros a romper com as estéticas vigentes na época (N. 1887 - F. 1918).
Se fosse especialista na matéria dir-vos-ía mais coisas. Assim, apenas vos digo que vão ver. E vão tomar um café ao NICOLA ( já adulterado interiormente) ou à BRASILEIRA (ainda se mantém intacta mas até os empregados já são Brasileiros...).

