O alquimista

NEM TRANSMUTAÇÃO DE METAIS NEM ELIXIR DA LONGA VIDA - A PEDRA FILOSOFAL AO PODER

quarta-feira, abril 30, 2008

O tempo é relativo...


"Sente-se num aquecedor durante um minuto e este parecer-lhe-à um século. Sente uma bela jovem no seu colo e uma hora parecer-lhe-à um minuto."

ALBERT EINSTEIN, exemplificando a teoria da relatividade relativamente à contracção do tempo.

terça-feira, abril 29, 2008

A Sabedoria da Tartaruga ...


Num tempo em que todos nos queixamos da falta dele, os próximos posts serão dedicados ao que nos faz perdê-lo. Leiam, se o tiverem...


SEM PRESSAS MAS SEM PAUSAS

"Se a humanidade é algo que deve começar com a razão, com o sentimento, com uma relação humana mais estreita e mais justa, com mais conhecimento do outro, então eu direi que cada vez mais estamos longe disso.
As três doenças da civilização actual são a progressiva incomunicação, uma revolução tecnológica que não temos tempo para assimilar nem sabemos onde nos leva, e uma concepção da vida que passa unicamente pelo triunfo pessoal, individual."

José Saramago

sábado, abril 26, 2008

EM ABRIL, NUNCA É TARDE ...


ESTRELA DA TARDE

Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza

Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!


José Carlos Ary dos Santos

sexta-feira, abril 25, 2008

OS MEUS CRAVOS DE ABRIL ...


A ESPERANÇA


quinta-feira, abril 24, 2008

OS MEUS CRAVOS DE ABRIL ...


A UTOPIA




A AVENTURA



A VOZ

terça-feira, abril 22, 2008

OS MEUS CRAVOS DE ABRIL ...


O CANTOR




O SÍMBOLO


OS MEUS CRAVOS DE ABRIL ...


A MÚSICA

E Depois do Adeus



O POEMA


As portas que Abril abriu

Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.

Onde entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo se debruçava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.

Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha a raiz
tinha o fruto arrecadado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
onde suava o ceifeiro
que dormia com o gado
onde tossia o mineiro
em Aljustrel ajustado
onde morria primeiro
quem nascia desgraçado.

(...)

OS MEUS CRAVOS DE ABRIL


Até ao dia 25 de Abril deixarei aqui os meus cravos...

DIA MUNDIAL DA TERRA


Se os 6 mil milhões de habitantes do planeta vivessem e consumissem como os europeus, precisaríamos de três planetas para nos sustentar.

Agenda Europeia, Comunidades Europeias 2007

segunda-feira, abril 21, 2008

RETRATOS DO PORTO - XII

JAIME ISIDORO

"Até à roda dos meus vinte anos, o Porto e um "bom cidadão do lugar" estavam tão religados no meu espírito, que eu amava a cidade só através de um rosto - o de Domingos Peres das Eiras. Naquelas falas, que Fernão Lopes pôs na sua boca, era a masculina música das palavras sem vileza que eu escutava, e o seu rosto, de que nenhum de nós conhece as feições, uma das poucas imagens da hombridade portuguesa (...)".

EUGÉNIO DE ANDRADE

domingo, abril 20, 2008

RETRATOS DO PORTO - XI

JAIME ISIDORO

"Porque nasci no Porto sei o nome das flores e das árvores e não escapo a um certo bairrismo. Mas escapei ao provincianismo da capital".

SOPHIA DE MELLO BREYNER

RETRATOS DO PORTO - X


JAIME ISIDORO

"Ah! eu gosto do Porto (...) Quem morre pela liberdade todos os séculos, é capaz dos mais espontâneos entusiasmos cívicos que as crónicas registam, e, sem abdicar da sua personalidade, consegue, com o seu entusiasmo, derreter um protocolo régio e pôr uma rainha de Inglaterra a passear de camioneta pelas suas ruas, há-de por força estar sempre no Portugal que se quer. É, evidentemente, preciso sanear-lhe certos recantos da alma e da bolsa, e actualizar-lhe algumas instituições. Mas nada de mexer-lhe na trave mestra do coração."

MIGUEL TORGA

sábado, abril 19, 2008

RETRATOS DO PORTO - IX


ANTÓNIO CRUZ

"Já lá se não vêem [no Porto] gaiatos malcriados, nem varinas de língua mais vulnerante que estoques. Extinguiram-se de uma vez para sempre as vozes shakespearianas contra o desalmado que dançava o saricoté quando elas corriam vergadas debaixo da canastra do peixe: Ó meu filho duma vaca, tu não irás fazer genástega na armação do teu pai!"

AQUILINO RIBEIRO

RETRATOS DO PORTO - VIII


JAIME ISIDORO

"Um dos actos de maior alcance político da história portuguesa, o primeiro tratado de comércio com a Grã-Bretanha, assinado em Outubro de 1353, oferece a eloquente particularidade de se haver celebrado, não entre os soberanos dos dois países, mas entre Eduardo III, duma parte, e da outra, Afonso Martins Alho, mercador do Porto".

JAIME CORTESÃO

Nota "Alquimista": A expressão "esperto como um alho", tão frequente nesta cidade, tem origem no nome deste antigo mercador, atendendo à esperteza que demonstrou na negociação do referido tratado.

RETRATOS DO PORTO - VII

HENRIQUE MEDINA

"O nevoeiro sobe, ascende, dá a esta cidade de trabalho, em que o burguês é rei, com a porta fechada e o dinheiro na burra... Atropela tudo e daqueles bairros à beira-rio, faz uma cidade de sonho. Condensa-se e esconde a casaria amontoada sob pastas de névoa donde só surge o arco duma ponte, a agulha duma torre (...)."

RAUL BRANDÃO

sexta-feira, abril 18, 2008

RETRATOS DO PORTO - VI


JAIME ISIDORO

"O Porto, hoje, é uma cidade larga, bem anafada, com ventre, brasileira, um pouco sonolenta, cheia de poetas líricos e ávida de baronatos".

EÇA DE QUEIROZ

RETRATOS DO PORTO - V


JAIME ISIDORO

"No fundo das suas convicções políticas e sociais o portuense era verdadeiramente patuleia. Detestava instintivamente a corte, a nobreza, a capital do reino. Gloriava-se de ser tripeiro e articulava esta palavra rijamente, fazendo-a vibrar com explosão, à boca cheia, como se a pronunciasse com três pp."

RAMALHO ORTIGÃO

quinta-feira, abril 17, 2008

RETRATOS DO PORTO - IV


ANTÓNIO CRUZ

"As adoráveis virtudes das senhoras do Porto não são de todo um merecimento: orçam mais por uma necessidade. O homem dali sente um terço, ou ainda menos, das previsões espirituais, que, noutras partes, incomodam o coração humano. Esta feliz frugalidade procede do jeito daquela sociedade, jeito antigo que degenerou em aleijão, raquitismo moral, corcunda hereditária, e demais a mais, pegadiça, porquanto, se não é do Porto, e por lá apegar alguns meses, leitor, apalpe as costas e topará uma protuberância a crescer, a crescer, até se formar giba, que irá consigo a toda a parte."

CAMILO CASTELO BRANCO

quarta-feira, abril 16, 2008

RETRATOS DO PORTO - III

JAIME ISIDORO

[Fala o rei D. Pedro I, após ter ordenado que despissem o bispo do Porto das suas vestes e insígnias sacerdotais]
"- Agora - disse el-rei: agora, bispo rei e senhor, tudo se foi. O que aí está é um vilão como os outros. Que o levem dois desses homens para onde ele encarcerava a gente de bem, e punha a ferro as mulheres dos seus burgueses que lhe não cediam às torpes requestas (...)".

ALMEIDA GARRETT

terça-feira, abril 15, 2008

RETRATOS DO PORTO - II


Júlio Resende

"(...) o Porto ergue-se em anfiteatro sobre sobre o esteiro do Douro e reclina-se no seu leito de granito. Guardador de três províncias e tendo nas mãos as chaves dos haveres delas, o seu aspecto é severo e altivo, como o mordomo de casa abastada. Mas não o julgueis antes de o tratar familiarmente. Não façais cabedal de certo modo áspero e rude que lhe haveis de notar; trazei-o à prova, e achar-lhe-eis um coração bom, generoso e leal."

Alexandre Herculano

segunda-feira, abril 14, 2008

RETRATOS DO PORTO - I


A cidade, vista por escritores e pintores ao longo dos tempos.


Aguarela : JAIME ISIDORO

"Respondeu, então, um homem bom, cidadão do lugar que chamavam Domingos Peres das Eiras, a que deram lugar os da cidade, que falasse por eles (...). E disse em esta guisa: - Rui Pereira (enviado de D. João I, que vinha pedir auxílio do Porto contra a frota castelhana), vós dissestes mui bem vossa mensagem e tudo o que vos foi encomendado. E eu digo, por mim e por todo este povo que aqui está, que nós somos prestes, com boa vontade, de servir o Mestre, nosso senhor, e fazermos tudo o que ele mandar por seu serviço e defensão do reino."

Fernão Lopes

domingo, abril 13, 2008

O PORTO DAS PONTES - IV


A MODERNIDADE

A Ponte da Arrábida

A Ponte de S. João (C.F.)

A Ponte do Freixo

A Ponte do Infante D.Henrique

Aponte ... mas é feio !

sábado, abril 12, 2008

Até amanhã, Manel ...

... e vai continuando a dar-nos notícias.

"Aqueles que passam por nós não vão sós; deixam um pouco de si, levam um pouco de nós"

Saint-Exupéry


sexta-feira, abril 11, 2008

O PORTO DAS PONTES - III

Ponte Maria Pia


"Há cidades feitas (ou que a si mesmo se foram lentamente fazendo) à justa medida dos homens, como há as que lhe ficam largas, como uma roupa alheia e desconfortável, ou então excessivamente apertadas para o tamanho da sua vida e dos seus desejos. O Porto é uma dessas raras cidades do exacto tamanho da sua gente (um tamanho interior, uma espécie de alma, palpável e física, distinta da alma perplexa dos teólogos ou da inconcreta alma dos poetas)."

Manuel António Pina

quinta-feira, abril 10, 2008

O PORTO DAS PONTES - II

"A Ponte é, para os portuenses, a Ponte. A única. Dita, carinhosamente, como quem fala de alguém de família. A Ponte é asa de borboleta, nervura de filigrana. É leveza confundida nas brumas da Ribeira. É arco-íris a ligar as margens. É arrojo e utopia. Memória, tradição e mudança."

Helder Pacheco

terça-feira, abril 08, 2008

O PORTO DAS PONTES - I

Ponte Pêncil e Ponte Luíz I

"Os viajantes voltavam do Porto com a torre pregada no firmamento estelar de suas retinas para todo o sempre. Quedaria ali, impretérita, ponto de interjeição, coluna de Hércules, roca de fiar, plinto barroco, marco miliário gravado, até à consumação. Ela e a voluta atrevida e rendilhada das duas pontes sobre o Douro."

Aquilino Ribeiro

VALE A PENA

Avenida dos Aliados, Café Guarany... (anos 40)

Vale a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa

domingo, abril 06, 2008

PARA T(R)I


Quando
tu me vires no futebol
estarei no campo
cabeça ao sol
a avançar pé ante pé
para uma bola que está
à espera dum pontapé
à espera dum penalty
que eu vou transformar para ti
eu vou
atirar para ganhar
vou rematar
e o golo que eu fizer
ficará sempre na rede
a libertar-nos da sede
não me olhes só da bancada lateral
desce-me essa escada e vem deitar-te na grama
vem falar comigo como gente que se ama
e até não se poder mais
vamos jogar
(...)

Letra e Música: Sérgio Godinho

terça-feira, abril 01, 2008

A propósito da disciplina nas escolas no "Prós e Contras" de ontem.


As sementes que Ana Drago andou a lançar nos últimos tempos, inteligentemente, aos campos da esquerda, foram literalmente queimadas pela histeria da Joana Amaral Dias.

Esta "Psi", vítima da síndrome de adolescência retardada, ao iniciar a intervenção com uma dita "Declaração de Interesses", (auto designando-se como psicóloga, professora, política e mãe) esqueceu-se da sua condição de filha de Carlos Amaral Dias, talvez para que não déssemos conta da distância a que está do pai, medida em anos-luz e não em quilómetros.

E se José Gil foi aquilo que tinha de ser, uma e outro serviram às mil maravilhas para tornar este Show televisivo numa coisa desprovida de qualquer carácter esclarecedor para o grande público, feito à medida para manter Governo e Ministério da Educação nas graças dos eleitores. Até quando?
Salvaram-se a Isabel Fevereiro e o Amorim.