O alquimista

NEM TRANSMUTAÇÃO DE METAIS NEM ELIXIR DA LONGA VIDA - A PEDRA FILOSOFAL AO PODER

terça-feira, outubro 18, 2011

A JAULA


Quando era mais criança, costumava ir ao domingo à tarde ao Palácio de Cristal, ver o Leão e o Xico. Tal como o primeiro, também o segundo tinha quatro patas e vivia igualmente enclausurado, agarrado às grades enferrujadas, pendurado nos ramos da árvore plantada no centro da jaula ou manipulando as partes podengas à vista dos assistentes que, provocadoramente, lhe atiravam amendoins.

Se, por qualquer motivo, o dito bicho se sentia incomodado por algum dos circunstantes, era vê-lo arremessar sem qualquer rebuço, aquilo que por perto encontrasse o que, num reduzido espaço que nada se assemelhava ao seu natural habitat, normalmente se traduzia no resultado do símio metabolismo. Era, então, a debandada geral e passava a ser o Leão, vizinho de ocasião, o objecto da atenção. Quase sempre em hibernação, sem jornal ou televisão, nem fêmea ali à mão, estendia-se ao comprido, abrindo um ou outro olho quando algum insecto mais inconveniente lhe pousava nas sobrancelhas. Era nesses momentos que nós o sabíamos vivo. Após várias e infrutíferas tentativas de real comunicação, abandonavamos o local e assim inexoravelmente uma e outra semana, mês após mês, ano após ano até ao dia em que as jaulas ficaram vazias.

Longos anos passados, em que esses momentos já tinham sido encaixotados naquilo a que gostamos de chamar, saudosamente, imaginário infantil, pude reviver essas emoções que a passagem do tempo apenas tinha deixado adormecidas. Graças a uma outra jaula, posso agora deleitar-me no sofá, imúne às intempéries e sem pagar bilhete, com as deambulações de uma fauna luxuosamente enjaulada, com as cabeças transbordantemente vazias, acasalando, alimentando-se e alimentando o voyeurismo tuga, transformando a futilidade de um quotidiano cheio de nada em abundantes crises existênciais. Tudo meticulosamente osquestrado, sob a batuta de uma alienígena cruzada de sirene de bombeiros com perissodáctilo em formato apresentadora.

O Xico e o Leão, estejam eles onde estiverem, ficariam certamente muito satisfeitos se soubessem que, passados todos estes anos, a sua triste clausura se tinha tornado num alegre modus vivendi de uma certa família Hominoidea.

sexta-feira, agosto 26, 2011

O GUINESS


O Abraão que eu conheço tem a mesma idade do outro quando partiu em busca da terra prometida. Tem igualmente três filhos mas, ao que sei, todos eles rezam sobre a mesma cripta, o que me livra da tentação de prosseguir com estas suspeitosas analogias.

O bom do Abraão tem a boina preta inclinada para o mesmo lado da inclinação política e faz poesia nas horas vagas, embora esteja naquela fase da vida em que mais acertado seria dizer que tem trabalho vago nas horas em que as horas vagas lhe permitem trabalhar. 

O bom do Abraão queria entrar no Guiness, não na fábrica das cervejas de que também é apreciador, mas no Livro dos Recordes.

Nunca como hoje vi tanta gente à procura de um lugar para entrar num livro, em lugar de entrar numa livraria para o comprar. Mas claro, nestes períodos de recessão em que os meses se tornam demasiado compridos, o livro tem de esperar no fim da fila atrás do empréstimo, do pão e do gasóleo. É nestas alturas em que nos sentimos deprimidos, pessimistas e grávidos de esperança que procuramos equilibrar-nos por dentro, projectando para fora comportamentos megalómanos que façam esquecer as nossas frustrações. É assim como um sitius, altius, fortius versão familiar, mas com a obstinada intenção de ganhar.

Assámos seis mil e trezentos quilos de sardinhas ao ar livre e entrámos no Livro, embora saídos do alto mar há muito tempo. Temos a maior árvore do mundo no Alentejo, um sobreiro obviamente, que contribui com uma tonelada de cortiça por ano para isolamentos acústicos, rolhas ou para levarmos no cortiço com ela e entramos no Livro, embora saídos do campo há muito tempo. Lançámos ao ar dez mil balões e entrámos para o Livro, mas continuamos com evidente falta de ar. Fizemos um grupo de dezasseis mil com bolas vermelhas no nariz e continuamos à espera que não nos chamem palhaços. Para contradições já vi bem melhor.

Mas o bom do Abraão estava mesmo decidido a entrar para o Livro. Como? Lendo poesia. Ele e mais quatro amigos. Em salão emprestado, carregaram com livros, opúsculos, boletins ou simples papéis e em alternância oratória durante vinte e quatro horas desfiaram poemas com a mesma paixão e delicadeza de uma tecedeira.

A semana passada, ao sentar-me na cadeira, perguntei-lhe se já tinha chegado o veredicto dos senhores do Livro. Com as meninas dos olhos transformadas em senhoras de mau porte e tesoura em riste na mão esquerda vociferou: não há direito, aqueles bandidos não aceitaram o recorde porque a filmagem não foi contínua, e atirou com a boina para cima do balcão. Nesse fim de tarde não deixei que o bom do Abraão me fizesse a barba.

sábado, agosto 13, 2011

OS 25 MAIS POBRES DE PORTUGAL


Zé Roberto continua a liderar a lista dos 25 mais pobres de Portugal e Aniceto Milagres substituiu Jacinto Evangelista no 2º lugar. Os pobres estão mais pobres. As economias dos 25 maiores sem abrigo em Portugal somam 14,7 euros, o que corresponde a uma descida de 18,7% face a 2010, segundo o estudo anual da Vexame.

A pobreza de Zé Roberto, líder do ranking pelo terceiro ano consecutivo, cresceu vinte e oito por cento graças às más acções praticadas pelo mesmo durante o último outono que o levaram a Custóias no último trimestre do ano, com a inerente desvalorização de património, avaliado nesta altura em 5,72 euros. Aniceto Milagres ultrapassou Jacinto Evangelista, subindo do quarto para o segundo posto, em virtude das participações que tinha na esmoleira de Zé Roberto. Quanto a Jacinto Evangelista, líder do grupo SÓCAI, é agora terceiro com uma esmolaria avaliada em 2,84 euros.

Como se constata, as grandes misérias portuguesas continuam nas mãos de meia dúzia de homens, quase todos sem família e sem trabalho, habitando tranquilamente em vãos de escada ou de pontes com vistas para o rio, enquanto o resto da população vive acelerada de casa para o emprego e do emprego para casa, fechada em condomínios com vistas para lado nenhum.

Segundo Vitor Hugo, especialista na matéria, os miseráveis estão cada vez mais distantes dos ricos. É a conclusão óbvia que se pode tirar dos resultados dos últimos anos, disse. Os economistas afirmam, por outro lado, que grande parte dos mendigos continuam de mão estendida nas soleiras das habitações ou à saída da missa das onze em lugar de se tornarem pedintes empreendedores, como por exemplo, os seus colegas que metem o jornal debaixo do braço e o boné no cima da cabeça e vão para a baixa ajudar ao estacionamento.

Seja como for, o dilema continua: acabar com os pobres ou acabar com os ricos? Por mim, acabava com ambos. Não por me encontrar de fora de qualquer destes lobbys, mas porque deste modo se evitariam as fastidiosas e intermináveis reuniões da concertação social (tida como uma espécie de neocorporativismo) ou mesmo das ONG’s. Depois, a tão falada e amesquinhada classe média teria finalmente oportunidade de aplicar aquilo que é a verdadeira génese do conceito democrático, o poder da maioria, neste caso com a vantagem acrescida de ser única e absoluta…

quarta-feira, agosto 10, 2011

O 11 DE SETEMBRO


O próximo ano é o 11º do 11 de Setembro. Não falta por aí quem faça alusões às várias coincidências com base neste número, como por exemplo, o facto de New York City , Afeganistão ou George W. Bush terem onze letras, do primeiro voo que embateu nas torres ser o nº 11 e de levar a bordo 92 passageiros (9+2=11) ou ainda que o dia 11 de Setembro é o dia número 254 do ano (2+5+4 = 11) e que Nostradamus (11 letras) profetiza a destruição de Nova Iorque na Centúria número 11 dos seus versos. Coincidências ou algo mais do que isso, pouco importa, porque nunca teremos certezas absolutas.

Salvaguardadas as devidas proporções e a afinidade corporativa, quero aqui fazer uma rápida, desproporcionada e talvez abusiva ponte aérea entre este acontecimento no país em que os ameríndios ainda se deslocam a cavalo e outros aqui na nossa terra em que alguns dos seus nativos passaram de cavalo para burro.

A Linha S.O.S. Professor recebeu durante um ano cento e oitenta e quatro chamadas de docentes vítimas de agressão por parte de alunos. Isto significa que metade de um professor é agredido diariamente ou, na melhor (?) das hipóteses, um professor inteiro é violentado dia sim dia não (férias, feriados e fins de semana incluídos, que, como se sabe, são privilégios que não faltam a esta corja de malandros com termo de identidade e residência).

Por isso, a tormentosa questão (mais uma) que se coloca é a de se saber se os docentes irão usar meia armadura diariamente (e aqui novo dilema se depara, qual a parte do corpo que os privilegiados docentes irão privilegiar com a protecção, eu não teria qualquer tipo de dúvida) ou se, por outro lado, optarão por usá-la na sua totalidade, mas em dias alternados.

Numa altura em que proliferam as acções de formação para docentes relativas à "Educação para a Saúde e Sexualidade" dos alunos e prevenção dos seus eventuais comportamentos de risco, talvez não fosse mal lembrado alterná-las com sessões práticas de Karaté, Judo, Taekuondo ou Aikido, de modo a diminuir o risco de reformas antecipadas que agravariam ainda mais a precária situação da Segurança Social.

Até lá, os alunos continuarão a atirar aviõezinhos de papel para o quadro e os professores a olhar para o ar, não lhes vá cair “algum em cima”, que também tem onze letras. 

domingo, agosto 07, 2011

TONY FAZ CARREIRA


António Manuel Antunes cresceu na Pampilhosa da Serra alimentado a couvada, maranho e caldo de castanhas, enquanto alimentava o sonho de um dia vir a dar sopa nas artes do espectáculo. Para tal, começou por dar corda às ditas vocais em concertos nas aldeias vizinhas. De seguida, e à medida que o sucesso calcorreado pelas estradas da Beira ía deixando pela beira da estrada o anonimato, iniciavam-se os retoques de imagem, a começar pelo nome. E não fez a coisa por menos. Seguiu o exemplo internacional de Curtis, Bennett e Blair para já não falar do compatriota Silva e há que colocar Tony no bê-i artístico. Se Curtis se rebaptizou de um complicado Bernard Schwartz muito mais facilmente ele o faria com um simples António.

A vaga deixada pelo anterior titular, um marco que lhe serviu de referência mas que começava a ultrapassar o prazo de validade, necessitava de ser preenchida sem grandes delongas. Atentas ao negócio como é, aliás, seu dever, as Editoras composeram o novo boneco para os(as) não menos atentos(as) seguidores(as) e elas próprias ficaram surpreendidas com o tamanho do sucesso, ainda assim bastante menor que o das novas contas bancárias.

Ele é o espelho e a ponte que reflete o sucesso e conduz as ilusões até às margens da utopia. As fêmeas ululantes, com maridos e namorados deixados presos às super bock e ao futebol, ficam presas àquela figura de olhares cândidos e teleponto gestual. A encenação, com kilowatts de profissionalismo, ilumina as lúbricas paixões atrofiadas que em vagas sucessivas enchem pavilhões do tamanho de oceanos.

Num país de todas as carências em que o Eusébio já teve melhores tardes, a Amália já não sai à noite e Fátima tem dias, abundam o(a)s que mês a mês, ano após ano rezam para que o seu fado deixe de ser um jogo mas rejubilam com os êxitos do Tony, como se o sucesso da sua (dele) carreira fosse o êxito da sua (deles) vida.

sábado, agosto 06, 2011

CRÓNICAS

Os blogues são como as marés, ora se vão, ora voltam. Por este, já passaram muitas luas. Já cresceu, já mingou, está cheio como um novo, que agora pretende renascer, se o sol o alimentar e o vento lhe der de feição. A ver vamos.
Como nunca é tarde para fazer projectos, o próximo é postar uma série de crónicas do nosso quotidiano, a propósito de tudo e de nada, sempre que possível, ilustradas com fotos.

segunda-feira, janeiro 31, 2011

AS REDES

Quando andávamos na escola a que agora chamam básica e que para nós era primária havia em todas as classes a que agora chamam anos, alunos mal comportados a que hoje chamam hiperactivos com comportamentos desviantes. Mas também havia aqueles que se passeavam sózinhos pelos corredores ou se encostavam ao muro do recreio vendo os outros jogar futebol a que nós chamávamos betinhos e que agora são personalidades com dificuldades de inserção em meio escolar e de problemática inclusão social. 

Os primeiros esmurravam os próprios joelhos e os dos colegas enquanto os segundos massagavam os neurónios, os deles, e a curiosidade dos primeiros. Por entre a flexibilidade das articulações sinuviais e a rigidez das células nervosas foram crescendo uns e outros com maior ou menor dificuldade no que às competências relacionais dizia respeito. Ao longo dos tempos navegaram ambos em tranquilizadora assertividade ou em problemáticas carências afectivas, desaguando num transbordante sentido para a vida ou encalhando em sucessivos vazios existênciais, em dosagens compatíveis prescritas pelas respectivas instruções genéticas. 

Até que as novas oportunidades informáticas e as suas redes os enredaram nos instrumentos que os vão da lei da solidão libertando. A lista telefónica ou o diário pessoal tornaram-se pergaminhos enrolados no túnel do esquecimento e os amigos deixaram de ter textura física ou espessura mental para se virtualizarem em duas dimensões escondidos por detrás de uma placa gráfica que tudo mostra e nada deixa ver. 

Das colecções de moedas, de selos ou de caixas de fósforos passou-se à colecção de amigos. Tal como naquelas, também estes têm um preço, ficam à troca, e em qualquer alfarrabista encontramos manuais de psicologia que nos ensinam a catalogá-los. Exibimo-los aos colegas de trabalho, ao chefe ou à empregada, não sei se ao canário não vão eles também voar. Dia a dia, semana a semana, a lista vai crescendo, levando a reboque a auto-estima enquanto a estima durar. Trocam-se Pokes, Gifts e Events às dezenas, e às centenas os amigos dos conhecidos dos amigos trazem-nos outros amigos também. 

No século passado, a sardinha e o bacalhau tranformaram este país de navegadores num país de pescadores que lançavam no alto mar as suas redes. Hoje, após os desastrosos acordos de pescas no momento da nossa entrada na União Europeia que decapitou grande parte da nossa potencialidade piscatória, os pescadores cibernautas tomam o lugar daqueles e lançam-se nas redes ditas sociais em busca de sardinha, seja grande ou pequenina.

terça-feira, janeiro 25, 2011

FIGURAS À MODA DO PORTO


 CHEGOU O F.M.I.

quinta-feira, janeiro 20, 2011

ÀS MOSCAS



Como já todos estamos carecas de saber, em tempo de crise, as estratégias, as linhas de acção, o que quer dizer, os critérios que condicionam as políticas de orientação de qualquer ministério são puramente ecomomicistas. É a forma mais fácil de governar. Os objectivos económicos estão lá, perfeitamente mensuráveis, palpáveis e de efeitos igualmente visíveis a curto prazo. Governar obedecendo a critérios e a concepções de ordem pedagógica é outra coisa que, sendo bem mais atractivo e reconfortante para os amantes da causa, é muito mais difícil e "vende" muito menos junto da opinião pública, constantemente bombardeada pela opinião publicada. 

Acresce o facto de que uma verdadeira política coerente na educação assente nos tais critérios pedagógicos necessita de muitos anos, por vezes gerações, para que os seus efeitos de façam sentir. E todos nós sabemos que a política é a arte do imediato. Churchill dizia que a diferença entre um político e um estadista era que enquanto um político pensa nas próximas eleições o estadista pensa nas próximas gerações. E, retirando alguns pouquíssimos exemplos a seguir ao 25 de Abril, hoje apenas temos políticos que assumem o curto prazo como forma de validarem as suas longas carreiras. E enquanto assim for, continuaremos a andar de mão estendida aos "mercados", a empurrar com a barriga os problemas financeiros que, na sua verdadeira essência, resultam de uma falta de cultura (política e da outra) que só um forte investimento na educação pode resolver... a longo prazo. 

Assim o fizeram outros países com os fundos europeus distribuídos há vinte anos, enquanto nós os "investíamos" em alcatrão e outros "projectos" sem retorno. Como dizia Guerra Junqueiro: "Somos um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas..."

domingo, janeiro 16, 2011

FIGURAS À MODA DO PORTO


Jorge Luís Borges conta, algures, de um homem desenhando ao longo de toda a vida um mapa e descobrindo, antes de morrer, que o papel que enchera pacientemente de províncias, de reinos, de montanhas, de rios e de céus traçava, afinal, a labiríntica imagem do seu próprio rosto.

quinta-feira, janeiro 13, 2011

FIGURAS À MODA DO PORTO


Quem sabe a desventura do seu fado?
Quem olha para o homem das castanhas?
Nunca ninguém pensou que ali ao lado
ardem no fogareiro dores tamanhas.
 
(Ary dos Santos)

terça-feira, janeiro 11, 2011

À NOITE, O NORTE


quarta-feira, janeiro 21, 2009

WE HOPE

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Sócrates e a Sapateira


"Os políticos de hoje são como sapateiras, mas sem recheio. Só têm casca! Quando éramos ministros de Mário Soares, na década de 80, oferecemos-lhe um quadro. Hoje, ao primeiro-ministro, os seus ministros ofereceram-lhe um fato. (Armani...acrescento eu). É esta a diferença da classe política actual."

Medina Carreira (ex-ministro das Finanças) - Sic Notícias em 5 Janeiro

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Toda a verdade sobre os reis magos

"Os 3 reis magos, para quem não sabe, eram reis africanos, o que quer dizer que provavelmente chegaram ao poder depois de um golpe de Estado que terminou com um genocídio. Depois de muito andarem, os reis magos foram ter a Jerusalém. Ora, acontece que eles vinham da actual Palestina e, quando chegaram à fronteira, caíram na asneira de dizer que tinham 3 prendas para um judeu. E foi o que se viu nas notícias desse dia... «Boa noite, os reis magos acabam de ser detidos pela Mossad. Aguarda-se que, a qualquer momento, o exército israelita destrua a casa dos pais de cada um deles.»

A verdade é que os senhores andaram milhares de km pelo deserto de camelo. As pessoas não sabem disto, mas este foi o primeiro Paris-Dakar da história. Houve reis que foram ao encontro do Menino Jesus de carro. Outros foram de moto. E ainda houve quem tenha viajado de camião.
Os reis magos andaram milhares de km pelo deserto guiando-se só por uma estrela. Essa estrela foi o 1º GPS da História. Ao contrário do que se acredita, os reis não fizeram todos esses km de seguida. Foram parando durante o caminho em áreas de serviço para irem à casa de banho, comer uma sandes de leitão ou comprar o último nº da Lux, na qual poderiam ver fotos de outras realezas.

E as prendas que os reis magos deram ao Menino Jesus, por que é que ninguém fala nisso? Ouro, ainda vá lá. Mas incenso?! Que raio de prenda é essa?! Dá para imaginar o que aconteceu: um deles esqueceu-se de trazer uma prenda a sério e, mesmo antes da festa, passaram os 3 pela baixa e aproveitaram para comprar 2 paus de incenso aos chineses. Isso quer dizer que os 3 presentes poderiam ter sido ouro, mirra e gato de peluche mecânico.

Quando chegaram à gruta, lá encontraram Maria, José e o Menino numa manjedoura. Ao contrário do que se pensa, Maria e José não escolheram uma manjedoura por serem pobres. Eles escolheram uma manjedoura porque gostavam de turismo rural."

Produções Fictícias, Manobras de Diversão - O Best Seller, Lisboa, Oficina

quarta-feira, dezembro 31, 2008

FELIZ ANO NOVO



TEMPO

O tempo que passa com
história
o tempo que fica com
memória
o tempo que virá
sem um lamento
a tempo de encontrar
um alimento
um tempo que será!
E não só
sempre a tempo

quarta-feira, dezembro 24, 2008

NATAL


Mais Natal

adiado

repetido

inconsolado

adormecido.

Já é hora

ouçamos o encanto e

a ternura de

outrora.

domingo, dezembro 14, 2008

O 5º PODER


As páginas ímpares dos jornais são, em termos jornalísticos, como sabemos, as mais apelativas. É para aí que os jornalistas "puxam" as notícias que se pretende tenham mais impacto. São aquelas que nos ficam mesmo em frente aos olhos e não nos obrigam a rodar a cabeça.

Se essa página ímpar tem o número 1, então já estamos a ver a sua importância. As notícias nela inseridas são aquelas que toda gente lê sem ter de comprar o jornal. Se foi colocada no topo da página, então... estamos conversados.

Vem isto a propósito da primeira página que aqui deixo do JN de ontem. Faz-me lembrar aquela subtil confusão entre "opinião pública" e "opinião publicada" a que nem todos estamos imunes.

A política não são apenas os debates no Parlamento, nem as faltas de deputados da oposição ( a troco de quê?... ) que inviabilizam a aprovação da suspensão do modelo de avaliação de professores. Política é isto, também, principalmente isto. Porque confunde, porque desinforma. É também contra esta estratégia que a classe docente tem de lutar, com armas desiguais.

Remetidos para a notícia das páginas interiores, verificamos que não existe qualquer relação com o título da primeira página. Talvez por isso ela se inicie numa página par...

Mas isto são apenas opiniões maquiavélicas de um professor que não quer ser avaliado, diria uma certa senhora de aspecto igualmente florentino, mestre na alquimia das palavras.

quinta-feira, dezembro 11, 2008

100 ANOS


Controverso, com uma vasta obra de abordagem nem sempre pacífica por parte de um público viciado nos estereótipos anglo-saxónicos, Manoel de Oliveira faz hoje cem anos.

Sobre a acusação de que os seus filmes não atraem o grande público, responde: "Públicos são os urinóis ou os candeeiros das ruas." Ou seja, os filmes de Oliveira são singulares, dirigidos a cada um de nós.

Diz que só descansa quando está a filmar. É isso que vai fazer hoje com Singularidades de uma Rapariga Loura.

A Câmara Municipal do Porto, por decisão do actual presidente Rui Rio pretendia atribuir-lhe as chaves da cidade. Manoel de Oliveira recusou, dizendo: "Agora que o meu nome está exaltado, todos querem entrar no bolo. Trata-se de um aproveitamento político indecente."

A Casa do Cinema Manoel de Oliveira, construída há dez anos para habitação do cineasta e onde seria colocado todo o seu acervo continua desabitada, em progressiva degradação e sem resolução à vista para o diferendo. E depois dizem que os seus filmes é que são lentos...

quarta-feira, dezembro 03, 2008

SÓ SE PERDE QUANDO SE DESISTE DE LUTAR...

segunda-feira, dezembro 01, 2008

110 ANOS DEPOIS...


Primeiro levaram os negros

Mas não me importei com isso

Eu não era negro


Em seguida levaram alguns operários

Mas eu não me importei com isso

Também não era operário


Depois prenderam os miseráveis

Mas não me importei com isso

Porque eu não sou miserável


Depois agarraram um desempregado

Mas como tenho emprego

Também não me importei


Agora estão a levar-me

Mas já é tarde

Como não me importei com ninguém

Ninguém se importa comigo…

Bertold Brecht

sexta-feira, novembro 28, 2008

No Limite da Medida Certa


Uma professora da Escola EB 2,3 de Jovim, Gondomar, foi hoje agredida a murro, estalada e pontapé por um aluno de 16 anos, tendo recebido tratamento hospitalar, disse à Lusa fonte da GNR.

A agressão terá ocorrido em retaliação por a professora o ter levado à presença do Conselho Executivo, por alegado comportamento incorrecto.

Em declarações à televisão regional Porto Canal, a docente, que exerce há 28 anos, contou que chamou a atenção do aluno quando este se encontrava no perímetro escolar a proferir palavrões.

"Chamei-o à atenção e ele insultou-me. A partir daí, disse que teria que ir comigo ao Conselho Executivo (CE). Ele resistiu e acabou por ir, enquanto eu fui dar a minha aula", afirmou.

"Finda a aula, e ao passar junto à porta de acesso à sala do CE, ele viu-me, começou a correr para mim desenfreado e agrediu-me com murros, estalos e pontapés, além de partir os óculos", acrescentou.

Expresso - 28 de Novembro 2008

Comentário:
Uma semana dentro de uma escola do ensino básico talvez lhe aclarasse as ideias, D.Lurdes. Mesmo que elas já estejam feitas!

Já faltou mais para a Excalibur ser arrancada da rocha. E os "Artures" são cada vez mais...


sexta-feira, novembro 14, 2008

A BOLA DE NEVE


Até aqui eram só os professores. Agora já são os alunos. Quando derem conta que os filhos não aprendem porque os professores não têm tempo para ensinar, serão os pais.

Então aí... serão muitos mais que 120 000. Então aí... o PS fará contas aos 500 000 votos de diferença que lhe proporcionaram a maioria absoluta. Então aí... veremos se a colocação de Directoras Regionais de Educação à frente de canais estatais de informação foi a tempo.

Como sempre pensei desde início, a questão só será resolvida com pressupostos políticos, que é com quem diz, com matemática eleitoral.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Barack Obama, ou então ... a Barraca Abana

sábado, novembro 01, 2008

SÃO ESTATÍSTICAS MEU SENHOR ...


EXAMES DE MATEMÁTICA 12º ANO


2007

2008

Média superior a 15 valores

13 Escolas

128 Escolas

Média inferior a 9,5

220 Escolas

28 Escolas

MÉDIA GERAL

10,4 Valores

13,5 Valores


SABEDORIA OU SECRETARIA ?

terça-feira, outubro 28, 2008

Todo O Tempo Do Mundo

Podes vir a qualquer hora
Cá estarei para te ouvir
O que tenho para fazer
Posso fazer a seguir

Podes vir quando quiseres
Já fui onde tinha de ir
Resolvi os compromissos
agora só te quero ouvir

Podes-me interromper
e contar a tua história
Do dia que aconteceu
A tua pequena glória
O teu pequeno troféu

Todo o tempo do mundo
para ti tenho todo o tempo do mundo
Todo o tempo do mundo

Houve um tempo em que julguei
Que o valor do que fazia
Era tal que se eu parasse
o mundo à volta ruía

E tu vinhas e falavas
falavas e eu não ouvia
E depois já nem falavas
E eu já mal te conhecia

Agora em tudo o que faço
O tempo é tão relativo
Podes vir por um abraço
Podes vir sem ter motivo
Tens em mim o teu espaço

Todo o tempo do mundo
para ti tenho todo o tempo do mundo
Todo o tempo do mundo

Carlos Tê/Rui Veloso

Entre les murs ("A Turma")


Vencedor da "Palma de Ouro" do Festival de Cannes deste ano, chega a Portugal no próximo mês. Um filme de Laurent Cantet sobre o quotidiano de uma escola parisiense onde um professor de francês ensina uma língua muito diferente da que seus alunos de 14 e 15 anos falam diariamente.

A não perder, por razões óbvias...

quinta-feira, outubro 23, 2008

A CRISE


Nestes tempos de crise, todos devemos dar as mãos para a ultrapassar. Por mim, não me importo de dar as minhas às dos bancos se eles as tirarem dos meus bolsos...

Ricardo Araújo Pereira - Visão

domingo, outubro 19, 2008

4º ANIVERSÁRIO


Quatro não é um número redondo, por isso, fica à porta das comemorações. Mas, em se tratando das nossas, arredondam-se os hábitos e fazemo-lo convidado.

De acordo com a simbologia sagrada, o "quatro" é a raiz de todas as coisas que acontecem no Planeta. Potencia a perseverança, o trabalho metódico e contínuo. No Tarot ele é o Imperador.

Quatro são os elementos que constituem o Universo (Terra, Fogo, Água e Ar) ; quatro são as estações do ano; quatro são as folhas do trevo da sorte.

Que mais é necessário para celebrar o 4º Aniversário?

"O Alquimista" já teve de tudo um pouco: tristezas, abraços, alegrias e cansaços... Gente que chegou, gente que partiu, gente que para sempre ficou...

Tal como disse num dos primeiros posts sou avesso a audiências e ao que elas significam num país de iliteracia.

Por isso, continuarei a existir enquanto, pelo menos, UM visitante me acompanhar.

quarta-feira, outubro 15, 2008


A VIDA É DEMASIADO SÉRIA PARA SER LEVADA A SÉRIO
(Alquimista)


Pormenor do Monumento à Guerra Peninsular - Rotunda da Boavista

domingo, outubro 05, 2008


Inimigos em casa


Em Desporto chama-se "visão periférica" à capacidade de olhar em frente sem deixar de ver à volta. Vem isto a propósito deste artigo que aqui reproduzo, extremamente pertinente para quem exerce funções educacionais e pedagógicas, retirado do blogue da Fundação José Saramago:
http://blog.josesaramago.org/

http://caderno.josesaramago.org/

Outubro 2, 2008 by José Saramago

Que a família está em crise ninguém se atreverá a negá-lo, por muito que a igreja católica tente disfarçar o desastre sob a capa de uma retórica melíflua que já nem a ela própria engana, que muitos dos denominados valores tradicionais de convivência familiar e social se foram pelo cano abaixo arrastando consigo até aqueles que deveriam ter sido defendidos dos contínuos ataques desferidos pela sociedade altamente conflitiva em que vivemos, que a escola moderna, continuadora da escola velha, aquela que, durante sucessivas gerações, foi tacitamente encarregada, à falta de melhor, de suprir as falhas educacionais dos agregados familiares, está paralisada, acumulando contradições, erros, desorientada entre métodos pedagógicos que em realidade não o são, e que, demasiadas vezes, não passam de modas passageiras ou de experimentos voluntaristas condenados ao fracasso pela própria ausência de madurez intelectual e pela dificuldade de formular e responder à pergunta, essencial em minha opinião: que cidadão estamos a querer formar? O panorama não é agradável à vista. Singularmente, os nossos mais ou menos dignos governantes não parecem preocupar-se com estes problemas tanto quanto deveriam, talvez porque pensam que, sendo os ditos problemas universais, a solução, quando vier a ser encontrada, será automática, para toda a gente.

Não estou de acordo. Vivemos numa sociedade que parece ter feito da violência um sistema de relações. A manifestação de uma agressividade que é inerente à espécie que somos, e que em tempos pensámos, pela educação, haver controlado, irrompeu brutalmente das profundidades nos últimos vinte anos em todo o espaço social, estimulada por modalidades de ócio que viraram as costas ao já simples hedonismo para se transformarem em agentes condicionadores da própria mentalidade do consumidor: a televisão, em primeiro lugar, onde imitações de sangue, cada vez mais perfeitas, saltam em jorros a todas as horas do dia e da noite, os video-jogos que são como manuais de instruções para alcançar a perfeita intolerância e a perfeita crueldade, e, porque tudo isto está ligado, as avalanchas de publicidade de serviços eróticos a que os jornais, incluindo os mais bem-pensantes, dão as boas-vindas, enquanto nas páginas sérias (são-no algumas?) abundam hipocritamente em lições de boa conduta à sociedade. Que estou a exagerar? Expliquem-me então como foi que chegámos à situação de muitos pais terem medo dos filhos, desses gentis adolescentes, esperanças do amanhã, em quem um “não” do pai ou da mãe, cansados de exigências irracionais, instantaneamente desencadeia uma fúria de insultos, de vexames, de agressões. Físicas, para que não fiquem dúvidas. Muitos pais têm os seus piores inimigos em casa: são os seus próprios filhos. Ingenuamente, Ruben Darío escreveu aquilo da “juventud, divino tesoro”. Não o escreveria hoje.

5 DE OUTUBRO - A(s) Revolta(s)

IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA



DIA MUNDIAL DO PROFESSOR


"A cantiga é uma arma
eu não sabia
tudo depende da bala
e da pontaria
Tudo depende da raiva
e da alegria
a cantiga é uma arma
e eu não sabia..."

José Mário Branco

Nota explicativa: A segunda imagem não pretende retratar um professor, mas aquilo que querem fazer dele...

sexta-feira, outubro 03, 2008

Dinis Machado

Personagens como o Zuca, o Bigodes Piaçaba, o Descoiso, etc, marcaram muitos de nós quando lemos "O que diz Molero".
Começou pelo jornalismo desportivo e colaborava ultimamente no JN.
O nosso melhor escritor de policiais morreu hoje.
Mas, ao jeito do poema, não vai haver machado que corte a lembrança ao pensamento.

quarta-feira, outubro 01, 2008

A propósito de tudo...e de nada

Serralves

Os que riem quando nós rimos, acham-nos piada. Os que choram quando nós choramos, gostam de nós.

Alquimista

sábado, setembro 27, 2008

Paul Newman


Foi mais ou menos assim que o vi em "A Golpada" de 1973. Era o "terror" de muitas adolescentes das décadas de 50 e 60.

Fervoroso apoiante democrata nos E.U.A., apaixonado pelo automobilismo e pela velocidade, chegou mesmo a conquistar um segundo lugar nas 24 Horas de Le Mans.

Sofreu o último golpe aos 83 anos, ao despistar-se na última curva da vida.

segunda-feira, setembro 22, 2008

SEMENTE...


No ardor dos corpos flamejantes

fundiu-se no solstício a semente

dos dias difíceis e distantes.

Enfunaram-se as velas da bonança,

cresceram nos campos girassóis,

transbordaram os rios de esperança

reluzindo como brilho de mil sóis.

Em Setembro suspirou e deu o fruto

que o calor do tempo tornou maduro

e dele um dia desabrochou

aquele coração que é o mais puro.

22 de Setembro

A Terra não nos foi dada pelos nossos pais, mas sim emprestada pelos nossos filhos. Cuidemos bem dela, neste dia de todos os nascimentos... do Sol, do Outono e de muitas vidas.

quinta-feira, setembro 11, 2008

LOVE ME DO - THE BEATLES



"Comemorar" um acontecimento com 46 anos poder-se-à dizer que é uma originalidade, no mínimo, tendenciosa. O normal seria festejar os 50 ou os 100. Mas, numa época em que tudo passa à velocidade da luz ou com a futilidade de um SMS, cada ano vale um centenário. E o cenário a que nos reporta esta música dos Beatles é por demais marcante para nos deixar indiferentes. Os bailes de garagem (a menina dança ou descansa?), o vinil, as calças à boca de sino, os cabelos pelos ombros, os colarinhos de palmo, as mini-saias...

Uma simples música em torno, apenas, de três acordes, mas que acordou toda uma geração de adolescentes ávidos de mudança e prenhe de ilusões. Mesmo que muitos deles se tenham tornado nos Yuppies dos tempos modernos, a mensagem (que Pessoa, suponho, igualmente não desdenharia) permanece.

Love, love me do
You know I love you
I´ll always be true
So please, love me do
Oh, love me do

Love, love me do
You know I love you
I´ll always be true
So please, love me do
Oh, love me do

Someone to love
Somebody new
Someone to love
Someone like you

Love, love me do
You know I love you
I´ll always be true
So please, love me do
Oh, love me do

sábado, agosto 30, 2008

I'M COMING...HOME

Nunca o verão se demorara
assim nos lábios
e na água
- como podíamos morrer,
tão próximos
e nus e inocentes?

Eugénio de Andrade

domingo, agosto 24, 2008

Senhora, Partem Tam Tristes...


Senhora, Partem Tam Tristes

Senhora, partem tão tristes

Meus olhos, por vós, meu bem,

Que nunca tão tristes vistes

Outros nenhuns por ninguém.

Tão tristes, tão saudosos,

Tão doentes da partida,

Tão cansados, tão chorosos,

Da morte mais desejosos

Cem mil vezes que da vida.

Partem tão tristes os tristes,

Tão fora de esperar bem,

Que nunca tão tristes vistes

Outros nenhuns por ninguém.

João Roiz de Castelo Branco (século XV)

quinta-feira, agosto 21, 2008

.... E numa tarde de nevoeiro


O nevoeiro dissipa-se e eis que aparece alguém…

Será chuva será gente?

Chuva não é certamente…

Gente provavelmente.

terça-feira, agosto 19, 2008

Devias estar aqui...


Devias estar aqui rente aos meus lábios
para dividir contigo esta amargura
dos meus dias partidos um a um

- Eu vi a terra limpa no teu rosto,
Só no teu rosto e nunca em mais nenhum

Eugénio de Andrade

quinta-feira, agosto 14, 2008

Espero por ti...



Espero por ti


Há tanto tempo espero por ti

na solidão do meu lugar
vem aquecer-me a cama
traz flores para o jantar

Sempre habitaste o meu coração
és a razão do meu fervor
mas não te vejo a cara
não sinto o teu calor

Mesmo que tu não sejas real
ou sejas quem eu não previ
hei-de inventar-te sempre
hei-de esperar por ti

Jorge Palma

terça-feira, agosto 12, 2008

DIA MUNDIAL DA JUVENTUDE

A vida é a infância da nossa imortalidade

Gothe

Não esqueçamos, neste dia, os que deixaram a infância desta vida, em especial os que conquistaram pelos seus actos, a imortalidade...

domingo, agosto 10, 2008

SITIUS, ALTIUS, FORTIUS...



Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, pois o triunfo pertence a quem se atreve... A vida é muita para ser insignificante.

Charles Chaplin

quarta-feira, agosto 06, 2008

IMPORTANTE É PARTIR...



Viagem


Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.

MIGUEL TORGA

terça-feira, agosto 05, 2008


"Se não demorares muito posso esperar por ti toda a vida."


Oscar Wilde

Feira de Artesanato (Vila do Conde 2002)

segunda-feira, agosto 04, 2008

PORTO - A MEMÓRIA DOS LUGARES


Rua 31 de Janeiro
Este nome é uma homenagem aos que em 31 de Janeiro de 1891 tombaram em luta pela causa republicana, quando subiam esta rua e foram dizimados pela guarda municipal (que julgavam estar com eles) e se tinha postada ao cimo, junto à Igreja de Santo Ildefonso. Durante o Estado Novo, obviamente que não podia ter este nome. Por isso foi mudado para Santo António.